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Contar Histórias muito mais que uma arte!

No século XXI, onde os meios de comunicação são velozes e ágeis, como: internet, e-mail, rádio, celulares, televisão, etc., quase não ouvimos falar em contadores de histórias, mesmo porque os hábitos familiares mudaram e muito, mas isso vem mudando aos poucos, pois a oralidade continua sendo o maior meio de comunicação e estamos resgatando alguns valores de nossos antepassados, como os avós e bisavós.

Os contadores de historias surgiram há muito tempo atrás, quando ainda se formavam rodas ao redor de uma grande fogueira e cada um contava seu conto, causo ou simplesmente para uma boa prosa.

Hoje conta-se historias, mas já não há uma “grande fogueira”. Contar historias foi muito além da ilustração de pequenos contos, tornou-se uma terapia, pois nutre uma diversidade transformadora que nos remete ao mundo do lúdico.

Alêm disso o potencial terapêutico verificado no tratamento de patologias psíquicas traz grandes resultados.

Nas escolas o principal objetivo de contar uma história em sala de aula é “divertir”, estimulando a imaginação dos alunos. Mas juntamente com este clima de alegria e interesse, é que podemos atingir outros objetivos, como: educar, instruir, desenvolver a inteligência, ser o ponto de partida para ensinar algum conteúdo programático ou mesmo ser um dos instrumentos para tentar entender o que se passa com os alunos no campo pessoal, pois, muitas vezes, durante a história eles falam do que os está incomodando sem vergonha ou medo, já que se vêem dentro da mesma.

Isto facilita o aprendizado já que podemos aproveitar para levar o conteúdo até o cotidiano do aluno, com situações problemas do dia a dia, promover cultura e informação educacional através do estimulo à leitura, visando transformar a tarefa de ensinar em a arte de transmitir novos valores e conhecimentos para os alunos, contribuindo positivamente com o crescimento e bem estar dos mesmos.

Um grande exemplo é o exímio contador de historias, e grande matemático Malba Tahan (Marcus de Mello e Souza), que sugere algumas características que um bom contador de histórias deve ter:

  1. Sentir, ou melhor, viver a história; ter a expressão viva, ardente,
    sugestiva.
  2. Narrar com naturalidade, sem afetação.
  3. Conhecer com absoluta confiança o enredo.
  4. Dominar o interesse do público.
  5. Contar dramaticamente.
  6. Falar com voz adequada, clara e agradável.
  7. Ser comedido nos gestos.
  8. Ter espírito inventivo e original.
  9. Ter estudado a história.

Esta lista que Malba Tahan enumera, lista apenas algumas dicas que funcionam. Assim como estas, existem muitas outras técnicas. Descobrimos que contar historias tornou-se uma arte. Encontramos cursos de capacitação oferecidos por editoras, ONGS e núcleos de teatro, onde aprendemos a estudar o texto, a impostar a voz, expressões faciais e corporais, ritmos, faixa etária para cada historia e até manuseio de objetos, fantoches e marionetes.

BIBLIOGRAFIA:

  • SILVA, Maria Betty Coelho. Contar histórias: uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 1986.
  • TAHAN, Malba. A arte de ler e de contar histórias. Rio de Janeiro: Conquista, 1957.
  • Nancy Mello – A arte de contar historias – Rio de Janeiro: Rocco 1998
  • GRUMANN – Workshop Etnomatemática, 2006. Guarulhos.
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